22.12.12

Há vezes em que queria ser fria como o tempo lá fora. Tenho a certeza de que isso me poupava muito sofrimento desnecessário. Sofrimento esse que tem origem na minha persistente estupidez de dar valor a mais a coisas que não valem a pena.
No entanto, há alturas em que não me importo de me preocupar demais. Aliás, quando tomo alguma atitude que, aos meus olhos, me parece algo de alguém que não se apega o suficiente de forma a alcançar a felicidade, repreendo-me a mim própria e não gosto. Talvez porque sentir já faz parte da minha natureza. Importar-me, apegar-me, dar valor, preocupar-me e, sobretudo, amar, faz parte de mim, e se faz parte de mim não poderei nunca lutar contra isso. Acho que com o tempo me fui apercebendo que só quem aprende a viver através do sofrimento e quem aprende a conviver com ele diariamente é que consegue ser verdadeiramente feliz, e acho que isso é uma lição de vida. Pergunto-me: será que alguém que evita sentir algo por alguém e que evita aproximar-se de uma pessoa que, no fundo, sabe que gosta, apenas com medo de sofrer, é feliz? Acho que não. Arriscar é necessário. Cair e aprender a reerguermo-nos novamente é tão fundamental quanto ser feliz.
Tudo isto me leva à conclusão de que fugir do sentimento não é, de forma alguma, solução. Por isso, vou sempre seguir os meus instintos e o que a minha personalidade me leva a fazer, que é sentir, sentir tudo intensamente. Sempre fui assim e, mesmo que quisesse, não iria mudar. Se vier mais uma desilusão, não importa... é só mais uma. Irei recuperar exatamente da mesma forma que recuperei das outras.

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